Laboratório de Peixes e Ornamentais Marinhos

ZUNDER, Lucas A.*; DIAS, Bruna P. L.*; PEDRAZZANI, Ana Silvia*; HOFFMANN, Higor*; LIRA, Ana Paula*; OZÓRIO, Renata*; TSUZUKI, Mônica Y.*

* LAPOM – CCA – UFSC, Rodovia Admar Gonzaga, 1346, 88034-001 – Itacorubi – Florianópolis – SC.

O Pomacanthus paru, popularmente conhecido no Brasil como frade, é um peixe anjo encontrado em bancos recifais no Atlântico Ocidental desde a Flórida até o Brasil. Geralmente encontra-se aos pares, e apresentam comportamento monogâmico e territorialista. Este trabalho tem por objetivo avaliar o comportamento do P. paru em estágio reprodutivo durante a formação de casal em cativeiro. O estudo foi realizado no Laboratório de Peixes e Ornamentais Marinhos – LAPOM, da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Foram utilizados quatro indivíduos, que foram aclimatados e mantidos por 18 meses separadamente em tanques-rede de 2000 litros, dispostos no interior de um tanque de 8000 litros, interligados em sistema aberto e mantido na temperatura de 27,8 ± 0,64°C e salinidade de 34,5 ± 0,88 (média ± desvio padrão). Neste intervalo de tempo foram realizadas três canulações para constatar o gênero e o grau de maturação gonodal dos exemplares. Posteriormente foram aferidos os dados biométricos (peso e comprimento) para avaliar o crescimento em cativeiro. Ao final deste período um macho e uma fêmea que apresentaram maturidade sexual, foram transferidos para um mesmo tanque de 8000 litros contendo condições ambientais similares ao sistema anterior. O tanque foi subdividido hipoteticamente em três nichos artificiais distintos, sendo uma toca, uma área sombreada e um espaço livre. Após o período de 1 mês de adaptação ao novo ambiente deu-se início ao estudo comportamental que teve duração de 20 dias, com base no método de observação instantânea, realizado de hora em hora, entre 9:00 e 15:00 horas. Assim, observou-se dominância do macho em relação à fêmea, demonstrando preferência no espaço e prioridade na alimentação.O macho encontrou-se por mais vezes embaixo da área sombreada, enquanto que a fêmea permanecia parada paralelamente a borda do tanque no espaço aberto. Diversas vezes foi observado o comportamento de ambos nadando em círculo, ou a fêmea nadando atrás do macho, demonstrando um comportamento de casal. Nos últimos dias de análise observou-se que a fêmea apresentou mudança de coloração (tornou-se visivelmente mais clara). Concluindo assim, que a formação de casal com indivíduos adultos de P. paru em cativeiro é viável, contudo a estrutura física parece ser um ponto importante no ciclo reprodutivo desta espécie.

Palavras Chave: Pomacanthus paru, Comportamento, Formação de Casal, Cativeiro, Brasil.