Experimentos em desenvolvimento com grama brasileiro, Gramma brasiliensis, no Laboratório de Peixes e Ornamentais Marinhos – LAPOM
Douglas da Cruz Mattos*; Ana Silvia Pedrazzani*; Ana Carolina de Araújo Ricardo*; Bruna Pessoa Lobo Dias*; Frederico Felipe Berchof* & Mônica Yumi Tsuzuki*
* LAPOM – CCA – UFSC, Rodovia Admar Gonzaga, 1346, 88034-001 – Itacorubi – Florianópolis – SC.
Segundo Wabnitz et al. (2003), mais de 24 milhões de peixes de recife de aproximadamente 1470 espécies são coletadas anualmente para aquários privados e públicos em todo o mundo. No mercado de peixes ornamentais marinhos, cerca de 90% das espécies são capturadas do ambiente natural, e oriundas principalmente de áreas tropicais e subtropicais (Monteiro-Neto et al., 2003). A realidade extrativista e altamente seletiva desta atividade, o grande número de animais capturados, juntamente com a inexistência de um efetivo controle pelas autoridades sobre a captura e o comércio de peixes ornamentais marinhos, levam a um alto risco de sobre explotação dos recursos naturais, demonstrando a insustentabilidade desta atividade.
Uma das ferramentas para auxiliar na diminuição do extrativismo, bem como no conhecimento de aspectos bioecológicos de peixes ornamentais marinhos, é o desenvolvimento de tecnologia para a produção destes animais em cativeiro, sendo esta uma solução sustentável a longo prazo para o mercado dos peixes marinhos ornamentais. Já existe forte tendência a substituição destes peixes por animais cultivados. Neste contexto, espécies de peixes ornamentais marinhos brasileiros como o grama brasileiro (Gramma brasiliensis), que já faz parte do comércio da aquariofilia através do seu extrativismo é totalmente desconhecido quanto aos seus aspectos de cultivo. Desta forma, o Laboratório de Peixes e Ornamentais Marinhos – LAPOM – conta hoje com aproximadamente 40 peixes da espécie Gramma brasiliensis, separados em casais e haréns para estudo dos aspectos reprodutivos dessa espécie, para subsequente reprodução e larvicultura em cativeiro, a fim de se desenvolver pacotes tecnológicos para posterior transferência ao setor produtivo. A área de cultivo de peixes ornamentais é ainda recente no Brasil, entretanto com alto potencial para crescimento.