Avaliação da Astaxantina e do Flake Negro na pigmentação do rotífero Brachionus sp.
Avaliação da Astaxantina e do Flake Negro na pigmentação do rotífero Brachionus sp.
Cristielli Sorandra Rotta*, Ane Felice Frâncio de Medeiros, Antonio Carlos Sayão, Danilo Henrique Nass, Monica Yumi Tsuzuki
*cristielli.s@bol.com.br, Laboratório de Piscicultura Marinha II –Departamento de Aqüicultura – CCA – UFSC, Rodovia Admar Gonzaga, 1346, 88034-001 – Itacorubi – Florianópolis – SC
O fornecimento de uma alimentação adequada é fundamental para o sucesso da larvicultura de peixes marinhos, pois afeta tanto a sobrevivência quanto o desenvolvimento larval. Os rotíferos são responsáveis por cerca de 90% da dieta inicial de larvas da maioria das espécies de peixes cultivadas. Tendo em vista a importância dos rotíferos para a larvicultura de peixes marinhos, faz-se necessário o desenvolvimento de técnicas que tornem esse alimento mais nutritivo e atrativo, principalmente na primeira alimentação larval. Os carotenóides são nutrientes que podem ser utilizados nesse processo de enriquecimento. Um carotenóide bastante utilizado é a astaxantina, de cor vermelho alaranjada, que é produzida pelas algas e cianobactérias, e apresenta funções biológicas essenciais como elevada atividade antioxidante, influenciando a sobrevivência e crescimento de larvas de peixes. Além do aspecto nutricional, os carotenóides poderiam aumentar a atratibilidade do rotífero fornecido às larvas, pela pigmentação mais forte e característica, podendo influenciar na taxa de captura deste alimento vivo pelas larvas. Portanto, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito de dois produtos na pigmentação de rotíferos Brachionus sp. para posterior uso na larvicultura de peixes marinhos, com ênfase na primeira alimentação. Para testar o efeito da pigmentação, os rotíferos permaneceram em jejum por 24 h, e posteriormente foram alimentados com 450 mg de Astaxantina Algamac® (TA) ou Flake Shrimp Lansy Inve® (TF). Os rotíferos foram avaliados quanto à pigmentação ao longo de 2 h, após o fornecimento dos alimentos, nos tempos 0, 15, 30, 45, 60, 75, 90, 105 e 120 min. Os índices avaliados foram intensidade de pigmentação dos rotíferos (IP) e a contagem de rotíferos pigmentados (RP) e não pigmentados (RNP). A IP foi avaliada segundo quatro níveis de pigmentação: não pigmentado, pouco pigmentado, pigmentado e muito pigmentado. A média total de rotíferos ml-1 foi de 32 (± 5,19; Desvio Padrão). Conforme apresentado no gráfico abaixo, no tempo 0 o número de RP foi nulo nos 2 tratamentos; no tempo 15, observou-se 85% e 100% de RP, para TA e TF, respectivamente. Ambos os tratamentos apresentaram RP superior a 70% do intervalo 15 até o final do experimento.
Em relação à intensidade de pigmentação IP, o TF apresentou melhores resultados no intervalo 15 a 30 min, enquanto que no TA foram observados rotíferos muito pigmentados entre 45 e 105 min. Demonstrou-se com este experimento que o Flake negro apresenta uma resposta mais rápida em relação à intensidade da pigmentação, porém menos duradoura que a Astaxantina, que apresentou maior tempo de permanência de pigmentação no rotífero Brachionus sp. No entanto, mais estudos são necessários para verificar a atratibilidade e aceitabilidade do rotífero pigmentado com esses alimentos, bem como seu efeito sobre o desenvolvimento e sobrevivência de larvas de peixes marinhos.
Palavras-chave: alimento vivo, pigmentação, rotífero, Brachionus sp., astaxantina, flake negro.
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