EFEITO DA SALINIDADE NA LARVICULTURA DO PEIXE PALHAÇO AMPHIPRION CLARKII

30/11/2012 08:50

Ane F. Francio-Medeiros*; Vanessa Kahl-Cruz*; Katlin Moraes*; Renata M. C. Eugênio* & Monica Y. Tsuzuki*.

*LPM-CCA-UFSC, Rodovia Admar Gonzaga, 1346, 88034-001 – Itacorubi – Florianópolis-SC

Os peixes palhaços Amphiprion clarkii, são comercializados mundialmente. Apesar disto, ainda são escassas as pesquisas relacionadas com parâmetros ambientais ideais para o cultivo da espécie, principalmente na fase de larvicultura, que é considerado o período crítico na produção dos peixes. O objetivo dessa pesquisa foi verificar o efeito da salinidade na fase larval até a etapa de metamorfose deste peixe. Foram testados 3 tratamentos com seis repetições: T20 – salinidade 20; T30 – 30 e T25 – 25 (controle). Avaliou-se o crescimento e a sobrevivência das larvas. O experimento foi conduzido do primeiro dia após a eclosão dos ovos até 70% das larvas sofrerem metamorfose. Foram utilizados recipientes de vidro (2,5 L) em banho-maria, com 42 larvas cada. A alimentação iniciou-se com rotífero (Brachionus sp.), a uma densidade de 10 rot.ml⁻¹, o qual foi gradualmente substituído por náuplios de artêmia a partir do 6o dia com 5 náuplios.ml⁻¹. No 8º dia foi ofertado metanáuplios de artêmia enriquecidos com emulsão de ácidos graxos

No 10o dia, iniciou-se a alimentação com ração, dividida em 4 vezes ao dia. Diariamente contou-se o alimento vivo residual e realizou-se eventual reposição do mesmo, e trocas parciais da água de 30% a 100%, aumentando ao longo do tempo. Foi utilizado fotoperíodo de 16L:8E, 26ºC de temperatura e intensidade luminosa média de 2000 Lux. Foram amostrados 5 juvenis por réplica no último dia de cada tratamento. A sobrevivência foi checada diariamente, e o crescimento foi determinado pelo peso (P), comprimento total (CT) e altura (A). A metamorfose foi influenciada pelos tratamentos, sendo que em T20 e T25 a mesma ocorreu do 9º ao 17º dia e T30 do 9º ao 16º dia. Para a sobrevivência, não houve diferença significativa entre os tratamentos, sendo 53% (T20), 48% (T30) e 55% (T25). Em relação ao crescimento, os peixes do tratamento T30 foram significativamente menores para peso (12,70 mg), comprimento (9,04 mm) e altura (3,43 mm), em relação aos outros tratamentos. Não houve diferença no crescimento entre T20 e T25, sendo que P foi 15,70 mg e 16,45 mg, CT 10,22 mm e 10,23 mm, e A 3,86 mm e 3,99 mm, respectivamente. Os resultados sugerem que menores salinidades apresentam melhor desempenho em crescimento na larvicultura do A. clarkii. Novos trabalhos deverão ser realizados para verificar os efeitos que diferentes salinidades causam no estresse, comportamentos e até mesmo na viabilidade econômica das produções.

 

Palavras-chave: crescimento, larvas, ornamentais marinhos, sobrevivência

Tags: Peixe Palhaço