Potencial do uso de anfípodes na alimentação de peixes marinhos ornamentais
Higor Hoffmann*; Ana Silvia Pedrazzani* & Mônica Yumi Tsuzuki*
* LAPOM – CCA – UFSC, Rodovia Admar Gonzaga, 1346, 88034-001 – Itacorubi – Florianópolis – SC.
Os anfípodes pertencem ao subfilo crustácea. As espécies deste grupo possuem tamanho que variam entre 5 e 15 mm, podendo ser encontrados em ambientes aquáticos marinhos e dulcícolas e terrestres. No ambiente marinho, os anfípodes podem ter hábitos planctônicos, bentônicos e parasitários, assim estando presente em todos os extratos marinhos. Devido a sua alimentação ser derivada de algas, microbactérias, detritos e zooplânctons, o uso de anfípodes para alimentação de peixes marinhos ornamentais pode apresentar níveis nutricionais mais altos do que outros alimentos vivos usados comumente na aquariofilia. A utilização de anfípodes para complementação nutricional em organismos aquáticos cultivados já vem ganhando espaço entre os criadores de peixes recifais como cavalos-marinhos, tartarugas e também polvos e lulas, o que pode elevar o interesse para a produção comercial de anfípodes. Este trabalho pretende realizar a descrição do ciclo de vida da espécie pertencente à família Melitidae, testar diferentes dietas para sua alimentação, bem como utilizá-los na alimentação durante a larvicultura dos cavalos-marinhos Hippocampus reidi. O objetivo final é propor um sistema de produção de anfípodes.
Palavras-chave: Melitidae, anfípodes, produção de alimento vivo, peixe ornamental.
CRESCIMENTO E SOBREVIVÊNCIA DE LARVAS DE PEIXE PALHAÇO AMPHIPRION CLARKII ALIMENTADOS COM ROTÍFEROS BRACHIONUS SP. PIGMENTADOS
*Cristielli S. Rotta; Raoani Cruz*; Ane F. Frâncio-Medeiros*; Danilo Nass* & Monica Y. Tsusuki*
*LAPMAR II – CCA – UFSC, Rodovia Admar Gonzaga, 1346, 88034-001 – Itacorubi – Florianópolis – SC.
Os peixes palhaços estão entre as espécies mais comercializadas mundialmente, e no Brasil, são os únicos peixes marinhos ornamentais produzidos em cativeiro. Apesar disto, existem poucos estudos sobre a primeira alimentação do Amphiprion clarkii, uma das principais espécies cultivadas. Técnicas que aumentem a atratividade do alimento vivo podem incrementar a taxa de predação larval e assim potencializar o desempenho desta espécie, bem como de outros peixes marinhos. O objetivo deste estudo foi avaliar o crescimento e a sobrevivência de larvas de A. clarkii alimentadas com rotíferos Brachionus sp, submetidos a diferentes tratamentos de pigmentação. O experimento foi conduzido do 1 DAE até o 8 DAE, quando termina a alimentação com rotíferos. Foram testados 3 tratamentos, TC: Tratamento Controle – rotíferos alimentados com a microalga Nannocloropsis oculata; TA: rotíferos alimentados com microalga e pigmentados com astaxantina e TB: rotíferos alimentados com microalga e pigmentados com corante artificial vermelho a base de anilina. No primeiro dia de experimento amostrou-se 40 larvas para medir o comprimento total. As larvas foram mantidas em aquários de 20 l, com 145 larvas em cada. A salinidade foi de 25, temperatura 26ºC e oxigenação moderada. O fotoperíodo foi de 14L/10E. Os rotíferos eram fornecidos duas vezes ao dia, totalizando 20 rot ml-1. Os rotíferos eram pigmentados durante 55 min. em cada tratamento, antes do fornecimento: TC – 3 litros de N.oculata; TA – 1350 mg de astaxantina diluída em 3 litros de água e TB – 30 gotas de corante diluído em 3 litros de água. Os rotíferos eram filtrados em tela de 60 µ. A sobrevivência não apresentou diferenças significativas entre os tratamentos, sendo que a maior sobrevivência foi de 51% no TC. Em relação ao crescimento, o TA foi significativamente maior que TB e TC, com média de 5,48 mm de comprimento total (CT). Entre TB e TC não houve diferença significativa, com médias de 4,94 e 5,01mm de CT, respectivamente (P≤0,05). O presente estudo demonstrou que larvas de A. clarkii apresentam melhor crescimento quando alimentadas com rotíferos pigmentados com astaxantina. No entanto, é necessário estudar de que maneira o tratamento com pigmentação pode melhorar as taxas de sobrevivência desta espécie.
Palavras – chave: astaxantina, corante, larvicultura, peixes ornamentais, pigmentação
ANÁLISE DO CRESCIMENTO POPULACIONAL DO ROTÍFERO BRACHIONUS SP. UTILIZANDO FLAKE NEGRO E ASTAXANTINA
*Cristielli S. Rotta; Danilo H. Nass*; Katlyn Moraes*; Daniela Gonçalves-Soares*, Mônica Y. Tsuzuki*.
*LPM – Departamento de Aquicultura – CCA – UFSC, Rodovia Admar Gonzaga, 1346, 88034-001 – Itacorubi – Florianópolis – SC.
A produção de alimento vivo é considerada um dos fatores mais importantes para o sucesso da piscicultura marinha. O rotífero é o alimento vivo mais utilizado na larvicultura de diversas espécies de peixes, podendo passar por processos de enriquecimento antes de ser fornecido. A astaxantina é um pigmento carotenoide com forte ação antioxidante e o Flake Negro é uma dieta fornecida principalmente para pós-larvas de camarões marinhos, e ambos podem ser utilizados para enriquecer os rotíferos. O objetivo deste trabalho foi comparar a eficiência da Astaxantina Algamac , e Flake Shrimp Lansy Inve na produção de biomassa do rotífero Brachionus sp. Os rotíferos foram mantidos em tanques cônicos de 1 l, em uma densidade inicial de 10 rot. ml-1, mantidos sob aeração constante. Foram testados 5 tratamentos, em triplicata: (C-controle)- microalga Nannochloropsis oculata; (AST): 150 mg de astaxantina; (FL): 150 mg de Flake; (AST/ALG): 150 mg de astaxantina e N. oculata e (FL/ALG): 150 mg de Flake e N. oculata. O experimento teve duração de 6 dias e o fornecimento de alimento, a contagem de rotíferos e de ovos foram feitos diariamente, assim como a medida de temperatura e salinidade. A amônia total foi medida nos dias 2, 4 e 6. A densidade de rotíferos aumentou significativamente (P<0,05) a partir do 4º dia no controle, o qual apresentou uma densidade maior que 55 rot. ml-1, e os tratamentos AST e AST/ALG apresentaram valores de 55 e 72 rot. ml-1, respectivamente. O melhor resultado foi observado no 5º dia no tratamento AST/ALG, o qual apresentou densidade superior a 115 rot. ml-1. O número de ovos teve um aumento significativo no 3º dia no controle, o qual apresentou uma quantidade superior a 18 ovos ml-1. Porém, o melhor resultado para número de ovos foi no 4º dia no tratamento AST/ALG, que atingiu aproximadamente 42 ovos ml-1. Para os tratamentos FL e FL/ALG, não houve aumento significativo nem para a densidade de rotíferos nem para o número de ovos. O presente trabalho demonstrou ser viável o uso de astaxantina para aumentar a biomassa de rotíferos. Contudo, é necessário que mais pesquisas sejam feitas para avaliar com precisão o valor nutricional dos rotíferos tratados com esse alimento, a viabilidade econômica do uso da astaxantina e microalgas e a atratividade dos rotíferos alimentados com astaxantina para as larvas de peixes.
Palavras – chave: alga, alimento vivo, astaxantina, biomassa, flake negro
Resumo apresentado ao AquaPesca 2012.
ANÁLISE DO CRESCIMENTO E DA SOBREVIVÊNCIA LARVAL DO PEIXE PALHAÇO AMPHIPRION CLARKII ALIMENTADOS COM DIFERENTES DENSIDADES DO ROTÍFERO BRACHIONUS SP
Ane F. Francio-Medeiros*; Danilo H. Nass* & Monica Y. Tsuzuki*.
*LPM-CCA-UFSC, Rodovia Admar Gonzaga, 1346, 88034-001 – Itacorubi – Florianópolis-SC
A espécie Amphiprion clarkii possui alto valor de mercado, no entanto possui informações limitadas sobre o cultivo principalmente com relação à alimentação na larvicutura. Entretanto, trabalhos preliminares, mostraram que o fornecimento de 20 rot.mlˉ¹ foi insuficiente para alimentação das larvas dessa espécie. Com isso, este estudo tem o objetivo de avaliar o crescimento e a sobrevivência larval, com diferentes densidades de rotíferos durante o período de primeira alimentação. Foram testados 2 tratamentos em triplicata: 20 rot.mlˉ¹(T20) e 50 rot.mlˉ¹ (T50). O experimento foi conduzido do primeiro dia após a eclosão dos ovos até o 6º dia. Foram utilizados recipientes de vidro de 2,5L em banho-maria mantidos a temperatura de 26ºC, salinidade 25 e fotoperíodo de 16L:8E, com 50 larvas em cada. Diariamente foram realizadas trocas parciais da água de 60%, e ainda, verificado o residual de rotíferos de cada tratamento. A alimentação foi dividida em dois períodos: manhã e tarde. Pela manhã, independente do residual, foi fornecido 50% da densidade de cada tratamento. À tarde levava-se em consideração o número de rotíferos residual, se este estivesse entre 0% a 50%, seriam fornecidos 50% da densidade de rotíferos de cada tratamento. Se o residual encontrado estivesse entre 50% a 100%, seriam fornecidos 25%. Porém, se o residual foi maior que 100% da densidade dos tratamentos, não haveria necessidade de reposição de rotíferos à tarde. A sobrevivência foi checada diariamente. Para a análise de crescimento, foram coletados no dia da eclosão 10 larvas do tanque de eclosão e no 6º dia 5 larvas de cada tratamento para mensuração do comprimento total (CT). Para a sobrevivência não houve diferença significativa entre os tratamentos, sendo 22% (T20) e 33% (T50). Em relação ao crescimento, todos os tratamentos apresentaram um CT significativamente maiores comparados com as larvas iniciais, porém não apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos no último dia de experimento sendo: CT médio no dia da eclosão de 4,33mm; CT médio do T20 de 4,85mm; e CT médio do T50 de 4,90mm. Os resultados sugerem que a quantidade de alimento não influencia no crescimento e na sobrevivência das larvas de A. clarkii. Porém, a alta mortalidade e a semelhança entre o CT, em todos os tratamentos, podem estar relacionadas à má qualidade da desova. Novos estudos são necessários para confirmar a influência da densidade do alimento no crescimento e sobrevivência desses animais, e também, no ganho de peso, na coloração e no tempo de metamorfose da espécie.
Palavras-chave: alimentação, alimento vivo, larvicultura, peixes ornamentais marinhos.
Resumo apresentado no AquaPesca.
Avaliação da Astaxantina e do Flake Negro na pigmentação do rotífero Brachionus sp.
Avaliação da Astaxantina e do Flake Negro na pigmentação do rotífero Brachionus sp.
Cristielli Sorandra Rotta*, Ane Felice Frâncio de Medeiros, Antonio Carlos Sayão, Danilo Henrique Nass, Monica Yumi Tsuzuki
*cristielli.s@bol.com.br, Laboratório de Piscicultura Marinha II –Departamento de Aqüicultura – CCA – UFSC, Rodovia Admar Gonzaga, 1346, 88034-001 – Itacorubi – Florianópolis – SC
O fornecimento de uma alimentação adequada é fundamental para o sucesso da larvicultura de peixes marinhos, pois afeta tanto a sobrevivência quanto o desenvolvimento larval. Os rotíferos são responsáveis por cerca de 90% da dieta inicial de larvas da maioria das espécies de peixes cultivadas. Tendo em vista a importância dos rotíferos para a larvicultura de peixes marinhos, faz-se necessário o desenvolvimento de técnicas que tornem esse alimento mais nutritivo e atrativo, principalmente na primeira alimentação larval. Os carotenóides são nutrientes que podem ser utilizados nesse processo de enriquecimento. Um carotenóide bastante utilizado é a astaxantina, de cor vermelho alaranjada, que é produzida pelas algas e cianobactérias, e apresenta funções biológicas essenciais como elevada atividade antioxidante, influenciando a sobrevivência e crescimento de larvas de peixes. Além do aspecto nutricional, os carotenóides poderiam aumentar a atratibilidade do rotífero fornecido às larvas, pela pigmentação mais forte e característica, podendo influenciar na taxa de captura deste alimento vivo pelas larvas. Portanto, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito de dois produtos na pigmentação de rotíferos Brachionus sp. para posterior uso na larvicultura de peixes marinhos, com ênfase na primeira alimentação. Para testar o efeito da pigmentação, os rotíferos permaneceram em jejum por 24 h, e posteriormente foram alimentados com 450 mg de Astaxantina Algamac® (TA) ou Flake Shrimp Lansy Inve® (TF). Os rotíferos foram avaliados quanto à pigmentação ao longo de 2 h, após o fornecimento dos alimentos, nos tempos 0, 15, 30, 45, 60, 75, 90, 105 e 120 min. Os índices avaliados foram intensidade de pigmentação dos rotíferos (IP) e a contagem de rotíferos pigmentados (RP) e não pigmentados (RNP). A IP foi avaliada segundo quatro níveis de pigmentação: não pigmentado, pouco pigmentado, pigmentado e muito pigmentado. A média total de rotíferos ml-1 foi de 32 (± 5,19; Desvio Padrão). Conforme apresentado no gráfico abaixo, no tempo 0 o número de RP foi nulo nos 2 tratamentos; no tempo 15, observou-se 85% e 100% de RP, para TA e TF, respectivamente. Ambos os tratamentos apresentaram RP superior a 70% do intervalo 15 até o final do experimento.
Em relação à intensidade de pigmentação IP, o TF apresentou melhores resultados no intervalo 15 a 30 min, enquanto que no TA foram observados rotíferos muito pigmentados entre 45 e 105 min. Demonstrou-se com este experimento que o Flake negro apresenta uma resposta mais rápida em relação à intensidade da pigmentação, porém menos duradoura que a Astaxantina, que apresentou maior tempo de permanência de pigmentação no rotífero Brachionus sp. No entanto, mais estudos são necessários para verificar a atratibilidade e aceitabilidade do rotífero pigmentado com esses alimentos, bem como seu efeito sobre o desenvolvimento e sobrevivência de larvas de peixes marinhos.
Palavras-chave: alimento vivo, pigmentação, rotífero, Brachionus sp., astaxantina, flake negro.
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